Não sei qual o limite da sanidade, ou pior,
Estou começando acreditar em
sua existência,
Definindo-a toscamente no recorte de determinadas atitudes.
Faço a análise com base nos anos vividos,
Sucessivas imposições de
verdades sobre a (i)moralidade do meu prazer.
Destes sentimentos se formam ângulos negativos do meu ser.
Antropofagicamente estudo típicas representações do relacionar,
Ressignifico-me nas frágeis tentativas de catalogar minhas realidades,
Enveneno-me neste estado antagônico de alma, e então, podando o meu ser,
Reduzo-me a nada
(Algo que não existe em si jamais poderá fundir a sensível existência).
Percebo o vácuo destas idéias, já que é tanto o que sinto,
Sou eu: Essencialmente sentimentos.
A intensidade sufocante da ausência que me imponho,
Tão reais à vontade de não ser-me, aos poucos escorre em gotas de suor.
Mastigo aqueles moldes atípicos a mim, e em agudas cólicas, excreto-os.
Indiferentemente do que intento, sou no final criação e criatura, sinto
por mim, para mim.
Recolho os frágeis dejetos para análise,
Vejo formar o outro, alheio a mim.
Figura indefinível, erótica existência do não saber ser,
Quero-te, possessivamente, de volta em mim.
A medida que reduzo-te a uma forma vazia.
Procuro, fantasiosamente, definir o que sinto que sentes,
Projeto em ti, o que quero que sejas para mim.
Concluo inconclusivamente que posso estar a ver reflexos de minhas próprias vontades em ti.
Fabrico a destruição de nós.
TSP- 4 de abril de 2016